Refém de palavras
Eu quero não pensar.
Eu tento não pensar em ti!
Sigo o teu conselho inútil
No entanto vozes se abrem dentro de mim.
Do meu cérebro escorrem palavras
Como lavas que vazam borbulhantes
E se vão lentas deformando
A composição humana que ainda existe em mim;
É uma explosão de murmúrios
Que no meu silêncio grita mais alto que alegria ou dor,
É como a voz da esperança clamando
Quando se tem esperança clamando junto ao amor.
Pensamentos corredios...
Corre como sangue,
Escorre como seiva...
E esta árvore porífera poda-se o pensar!
Poda-se em vão.
Escorrem murmúrios sem forma, sem cor,
Escorrem gemidos confusos de ânsia e dor,
Escorrem silenciosos em sulcos
Na cratera de um excêntrico vulcão;
Dão voltas e voltas
Inundam o cérebro
Transbordam-se às margens
Dão voltas e voltas
E volta ao coração.
Escorrem como lágrimas
_ palavras são! _
Palavras palavras...
Lágrimas da paixão.
Queimam meu rosto como brisa vaporosa
_ sopros ardis de pensamentos _
Chamas de desejo em labaredas ao vento
Soltas como folhas arrancadas pelo tempo
Num temporal de fúria do próprio pensamento.
Umedeço a língua para o indigesto sabor
De reconduzir à garganta o que o cérebro regurgita:
Vocábulos insípidos;
Versos, porém sápidos ao amor.
Circula ao léu borbulhas vagantes
_ o que seria poesia _
Uma declaração de amor.
Palavras palavras...:
Metal frio;
Espada afiada do amor...
Coliseu dos sentimentos...
Arena na qual me prendi...
Desafio para *O lutador.
Como parar?
Como prosseguir?
“Lutar com palavras
é a luta mais vã.
Entanto lutamos
mal rompe a manhã.
São muitas, eu pouco.
Algumas, tão fortes
como o javali. ...”
*O lutador: Poema de Carlos Drummond Andrade. O poeta que nasceu em Itabira, Minas Gerais, em 1902 escreveu vários poemas significativos, de grande expressão, e de grande destaque na literatura brasileira; entre eles: José, O lutador, No meio do caminho, Poema de sete faces...etc.
domingo, dezembro 31, 2006
domingo, dezembro 24, 2006
Além do olhar...
Ela chegou silenciosamente
Veio em minha direção
Deu-me um beijo demorado
Um beijo doce
Um beijo molhado...
Meu rosto era todo o corpo
Minha boca, onde estava seus lábios.
E escorria pelo nosso pescoço
Um suco denso, melado,
Que se misturava ao suor confuso
Gélido e árdego
Morno e perfumado.
No meu peito,
O ábsono tambor de voz retumbante
Gemia sua música dissonante
Fazendo ressoar outra música
Cadenciada e soante
No dócil coração que ao meu corrompia
Através dos seios tremulantes
Que dançavam ao ritmo calient
D'outra música distante.
E nesse beijo infinito
Gozamos a eternidade,
Num gozo sem fim
Que nem se quer é saudade.
Ah! Se além do olhar...
Ela chegasse silenciosamente
E vindo em minha direção
Me desse um beijo demorado,
Um beijo doce...Molhado...!
Ela chegou silenciosamente
Veio em minha direção
Deu-me um beijo demorado
Um beijo doce
Um beijo molhado...
Meu rosto era todo o corpo
Minha boca, onde estava seus lábios.
E escorria pelo nosso pescoço
Um suco denso, melado,
Que se misturava ao suor confuso
Gélido e árdego
Morno e perfumado.
No meu peito,
O ábsono tambor de voz retumbante
Gemia sua música dissonante
Fazendo ressoar outra música
Cadenciada e soante
No dócil coração que ao meu corrompia
Através dos seios tremulantes
Que dançavam ao ritmo calient
D'outra música distante.
E nesse beijo infinito
Gozamos a eternidade,
Num gozo sem fim
Que nem se quer é saudade.
Ah! Se além do olhar...
Ela chegasse silenciosamente
E vindo em minha direção
Me desse um beijo demorado,
Um beijo doce...Molhado...!
Pensando no impensável
Pensando no impensável
De todo encanto nada me resta
Nem a falsa esperança
A que de mim fez criança
E deixou meus olhos em festa.
Vi a felicidade por uma fresta
_ Estrela menina que ri e dança_
Onde meu olhar ainda descansa
Atento à vida que se manifesta.
E versos brotaram como prece
Nos lábios sedentos dum pedinte
A rogar dádivas que não merece
E já no instante seguinte
Como maná que do céu desce
Sentia o gozo a ditoso requinte.
Eis que recluso me encontro
_ de sol e estrelas_
Nenhuma réstia de esplendores
Nem poesia nem flores
Nem vê-la, nem ouvi-la ou tê-la.
Vendaram meus olhos
Privaram-me das cores.
Palavras?... Só as simples, singelas
Sem o ardor lírico daquelas
Belas, que cantam os amores.
Não resta saída,
Nem espera nem ida,
Nem lembrança vivida
Do amor por mim sonhado...
Agora o que faço do amor querido
Nem abortado nem parido
No meu peito sufocado?
Em mim anoitece
Fantasmas me espiam da floresta
Tenho a solidão de Ullices
Lembranças de efêmeras ledices
_ risos de flor quando amanhece.
Remo só, meu barco frágil, no pântano escuro
Sob olhar severo de ninfas
Que exigem que eu ignore
_que eu finja, omita ou minta_.
E sufoque às claras este amor tão puro.
Porém;
Se a aurora raia sempre
E o sol lentamente rompe sobre os montes
Remarei rumo ao amanhecer;
Se de outrem é o sol que se ascende
Que seja de todos o horizonte
Outrossim, o entardecer.
De repente sou alguém, sou gente!
Poeta
Culto
Querido
Inteligente!...
De repente sou gente!
De repente sou gente, sou alguém!
Poeta
Querido
Culto
Inteligente...
Bem;
De repente ela mente,
Sou ninguém!
Se há sol
Há esperança,
O dia parece sorrir;
É a manhã qual uma criança
Que inda sonha sorrindo ao dormir.
Se há sol
Há esperança
E a vida se enche de vida.
Mesmo sonhando como criança,
É a manhã, prenúncio do que há de vir.
Fim de semana
Os dias em que passo sem sol parecem longos...
_ lúgubres como dia de finados _.
Então percebo atônito que sem sua luz estou cego,
_ Jazendo confinado.
Que me faltasse a água
Que me faltasse o ar
Que me faltasse o pão;
Não sentiria tanta sede
Não sentiria tanta fome
Não sentiria tanta aflição
Tanta dor e solidão.
Até parece que teus olhos é que sustente minh’alma e meu coração.
Até teu nome...
Quanta poesia
Quanta significação...!
Também ironia me revela teu nome!
E quando meus olhos encontram você...
Sempre gostei de poemas.
Sempre quis escrever um livro.
Este era o momento se soubesse como fazê-lo.
Mas não sou bom em versos,
Fico aflito, constrangido...
Sempre me perco nas rimas.
Fogem-me os sentidos,
A verdade do que sinto e do que digo.
Sempre quis escrever um livro.
Mas tenho vergonha do meu eterno analfabetismo.
É difícil tornar-se culto.
Quanto mais se estuda mais se aprende, verdade; mas ao tentar entender que só se aprende algo o estudando, se entende que tudo do que não se entendia, menos ainda se sabe; e a sabedoria evolui por si independente de fórmulas e normas; e sim e exclusivamente da sensibilidade.
Como não sei fazer poemas farei um romance.
Os romances são tolerantes à falhas literárias
São vulgares como os sentimentos.
(isso é oposto ao que diz as letras).
Farei um romance! Mas desde já tenho que afastar esse pessimismo.
Não fica bem uma historia de amor puramente de fantasia e realismo.
Se ficássemos juntos teria um final feliz
Ou pelo menos episódios de prazer
_ “O doce da ilusão” como se diz.
Mas até para iludir-se é preciso fantasia e realismo
Só assim é perfeita a ilusão.
Tivesse eu status
Tivesse eu a beleza padrão
_ Comum aos homens atualmente admirados_
Ela certamente me daria maior atenção.
Mulheres não vêem na beleza vulgar a miséria,
_ A feiúra que se esconde no peito a podridão_
O importante sempre é a matéria
Nunca a pureza e a ternura do coração.
Cinco de maio nasce nebuloso,
Está frio.
Daqui não vejo a lua
Vejo apenas tímidas estrelas.
Uma neblina rósea-lilaz paira sobre o jardim.
Eu gosto desta brisa que antecede a aurora.
Eu gosto desse pensar ritmado
Às vezes sem ponto
Às vezes pontuado.
Longe, as luzes néon confundem meus olhos...
Parece triste o ar, a cidade sonâmbula, sonolenta,
Nessa falsa quietude.
Quietude de paz e velocidade lenta.
Eu gosto desta brisa que antecede o nascer do sol!...
Tempo indeciso...
Tempo-juventude.
Temos o mesmo vento
Caminhamos na mesma direção
Sorvemos a mesma energia
Buscamos o mesmo fim
Vivemos a mesma emoção...
A espera.
_À luz invisível posso chamá-la amor...
Hoje eu direi “eu te amo?!”
O dia se projeta triste...
Será que ela é realmente feliz?
O sol demora vir...
Hoje eu direi!
O relógio lento...
Eu sou um relógio lento.
_Talvez lento demais_
Talvez eu esteja parado no tempo...
Talvez eu seja o tempo
E a vida um relógio
E esse relógio me desconheça...
Talvez nunca amanheça...
Talvez não exista tempo nem relógio
Talvez só exista vida
_ esse anteceder de aurora _
Essa brisa, esse perfume de glória.
Eu triste
O jardim triste
_ egoísta que é _
Cobra-me a flor roubada.
Ora! Nesse instante outras desabrocham.
O dia há de florescer.
Devo contentar-me com o perfume.
A beleza do sol...
Em amanhecer.
Mas o sol imprevisível,
Tão incerto
Tão luz permissível
Tão inconstante e indivisível
Tão intransponível...
Na sua aurora fora transmutativo.
Onde ela está neste instante de penumbra?
...Contemplando os olhos do deus?
A ninguém mais darei flores.
As flores pertencem ao jardim,
E o jardim a olhos atentos.
Aos sensíveis, perfume para devaneios.
Não é justo colher toda beleza
Podar da vida o viço
E excluí-la a olhares alheios.
A ninguém mais darei flores!...
Mas não posso dizer: a ninguém mais amarei!
Não quero pecar por egoísmo.
Quero dessa aurora o hálito
O sol perfumando meu caminho
Espontâneo_ não por hábito.
Quero a luz penetrando-me n’alma a vida,
A reverdecer esperanças ao meu abismo.
Quero dar fim ao ceticismo;
Quero o amanhecer límpido, cálido,
E a ágape divina dividido
Na paz do convívio plácido.
A Alfa toca Kenny G.
Sinto-me in Nirvana
Afora pela nictação
O brilho cósmico a mim me reverbera a alma
Nesse instante de quietude perpétua.
Pensar que a beleza genuína é triste
E que na melancolia há encanto e pureza...
Será que ela está amando neste instante...?
Será que é amada por natureza...
A vida...
Quem quiser que se pontue
Manhã de sexta
Meu coração a comprimir-se
Cada vez mais e mais
Canta
Cada vez canta mais triste
O silencio é surdo
Por isso grita
Canta agudo
Um silêncio absurdo
Mudo
Mudez que corrói
Mas é voz que grita
Aflita
E dói
Será que ela está amando neste instante
Será que ama por natureza
Será que há silêncio no seu encanto
Será que há no seu silêncio tristeza
Será que seu silêncio canta
Será que canta pureza
Está frio
É sexta
Sexta nevoenta
Já não tem lua
O sol ainda por vir...
O jardim triste
Jasmine Flower...
_ É como uma brisa de chamas.
O fim de semana...
Ansiedade... Angústia...
O sol que não vem...
Mas como deter o sol nas mãos?
Este sol que vem chegando, chegando... e passa.
Hoje eu direi:
_ Sol, eu te amo!
De todo encanto nada me resta
Nem a falsa esperança
A que de mim fez criança
E deixou meus olhos em festa.
Vi a felicidade por uma fresta
_ Estrela menina que ri e dança_
Onde meu olhar ainda descansa
Atento à vida que se manifesta.
E versos brotaram como prece
Nos lábios sedentos dum pedinte
A rogar dádivas que não merece
E já no instante seguinte
Como maná que do céu desce
Sentia o gozo a ditoso requinte.
Eis que recluso me encontro
_ de sol e estrelas_
Nenhuma réstia de esplendores
Nem poesia nem flores
Nem vê-la, nem ouvi-la ou tê-la.
Vendaram meus olhos
Privaram-me das cores.
Palavras?... Só as simples, singelas
Sem o ardor lírico daquelas
Belas, que cantam os amores.
Não resta saída,
Nem espera nem ida,
Nem lembrança vivida
Do amor por mim sonhado...
Agora o que faço do amor querido
Nem abortado nem parido
No meu peito sufocado?
Em mim anoitece
Fantasmas me espiam da floresta
Tenho a solidão de Ullices
Lembranças de efêmeras ledices
_ risos de flor quando amanhece.
Remo só, meu barco frágil, no pântano escuro
Sob olhar severo de ninfas
Que exigem que eu ignore
_que eu finja, omita ou minta_.
E sufoque às claras este amor tão puro.
Porém;
Se a aurora raia sempre
E o sol lentamente rompe sobre os montes
Remarei rumo ao amanhecer;
Se de outrem é o sol que se ascende
Que seja de todos o horizonte
Outrossim, o entardecer.
De repente sou alguém, sou gente!
Poeta
Culto
Querido
Inteligente!...
De repente sou gente!
De repente sou gente, sou alguém!
Poeta
Querido
Culto
Inteligente...
Bem;
De repente ela mente,
Sou ninguém!
Se há sol
Há esperança,
O dia parece sorrir;
É a manhã qual uma criança
Que inda sonha sorrindo ao dormir.
Se há sol
Há esperança
E a vida se enche de vida.
Mesmo sonhando como criança,
É a manhã, prenúncio do que há de vir.
Fim de semana
Os dias em que passo sem sol parecem longos...
_ lúgubres como dia de finados _.
Então percebo atônito que sem sua luz estou cego,
_ Jazendo confinado.
Que me faltasse a água
Que me faltasse o ar
Que me faltasse o pão;
Não sentiria tanta sede
Não sentiria tanta fome
Não sentiria tanta aflição
Tanta dor e solidão.
Até parece que teus olhos é que sustente minh’alma e meu coração.
Até teu nome...
Quanta poesia
Quanta significação...!
Também ironia me revela teu nome!
E quando meus olhos encontram você...
Sempre gostei de poemas.
Sempre quis escrever um livro.
Este era o momento se soubesse como fazê-lo.
Mas não sou bom em versos,
Fico aflito, constrangido...
Sempre me perco nas rimas.
Fogem-me os sentidos,
A verdade do que sinto e do que digo.
Sempre quis escrever um livro.
Mas tenho vergonha do meu eterno analfabetismo.
É difícil tornar-se culto.
Quanto mais se estuda mais se aprende, verdade; mas ao tentar entender que só se aprende algo o estudando, se entende que tudo do que não se entendia, menos ainda se sabe; e a sabedoria evolui por si independente de fórmulas e normas; e sim e exclusivamente da sensibilidade.
Como não sei fazer poemas farei um romance.
Os romances são tolerantes à falhas literárias
São vulgares como os sentimentos.
(isso é oposto ao que diz as letras).
Farei um romance! Mas desde já tenho que afastar esse pessimismo.
Não fica bem uma historia de amor puramente de fantasia e realismo.
Se ficássemos juntos teria um final feliz
Ou pelo menos episódios de prazer
_ “O doce da ilusão” como se diz.
Mas até para iludir-se é preciso fantasia e realismo
Só assim é perfeita a ilusão.
Tivesse eu status
Tivesse eu a beleza padrão
_ Comum aos homens atualmente admirados_
Ela certamente me daria maior atenção.
Mulheres não vêem na beleza vulgar a miséria,
_ A feiúra que se esconde no peito a podridão_
O importante sempre é a matéria
Nunca a pureza e a ternura do coração.
Cinco de maio nasce nebuloso,
Está frio.
Daqui não vejo a lua
Vejo apenas tímidas estrelas.
Uma neblina rósea-lilaz paira sobre o jardim.
Eu gosto desta brisa que antecede a aurora.
Eu gosto desse pensar ritmado
Às vezes sem ponto
Às vezes pontuado.
Longe, as luzes néon confundem meus olhos...
Parece triste o ar, a cidade sonâmbula, sonolenta,
Nessa falsa quietude.
Quietude de paz e velocidade lenta.
Eu gosto desta brisa que antecede o nascer do sol!...
Tempo indeciso...
Tempo-juventude.
Temos o mesmo vento
Caminhamos na mesma direção
Sorvemos a mesma energia
Buscamos o mesmo fim
Vivemos a mesma emoção...
A espera.
_À luz invisível posso chamá-la amor...
Hoje eu direi “eu te amo?!”
O dia se projeta triste...
Será que ela é realmente feliz?
O sol demora vir...
Hoje eu direi!
O relógio lento...
Eu sou um relógio lento.
_Talvez lento demais_
Talvez eu esteja parado no tempo...
Talvez eu seja o tempo
E a vida um relógio
E esse relógio me desconheça...
Talvez nunca amanheça...
Talvez não exista tempo nem relógio
Talvez só exista vida
_ esse anteceder de aurora _
Essa brisa, esse perfume de glória.
Eu triste
O jardim triste
_ egoísta que é _
Cobra-me a flor roubada.
Ora! Nesse instante outras desabrocham.
O dia há de florescer.
Devo contentar-me com o perfume.
A beleza do sol...
Em amanhecer.
Mas o sol imprevisível,
Tão incerto
Tão luz permissível
Tão inconstante e indivisível
Tão intransponível...
Na sua aurora fora transmutativo.
Onde ela está neste instante de penumbra?
...Contemplando os olhos do deus?
A ninguém mais darei flores.
As flores pertencem ao jardim,
E o jardim a olhos atentos.
Aos sensíveis, perfume para devaneios.
Não é justo colher toda beleza
Podar da vida o viço
E excluí-la a olhares alheios.
A ninguém mais darei flores!...
Mas não posso dizer: a ninguém mais amarei!
Não quero pecar por egoísmo.
Quero dessa aurora o hálito
O sol perfumando meu caminho
Espontâneo_ não por hábito.
Quero a luz penetrando-me n’alma a vida,
A reverdecer esperanças ao meu abismo.
Quero dar fim ao ceticismo;
Quero o amanhecer límpido, cálido,
E a ágape divina dividido
Na paz do convívio plácido.
A Alfa toca Kenny G.
Sinto-me in Nirvana
Afora pela nictação
O brilho cósmico a mim me reverbera a alma
Nesse instante de quietude perpétua.
Pensar que a beleza genuína é triste
E que na melancolia há encanto e pureza...
Será que ela está amando neste instante...?
Será que é amada por natureza...
A vida...
Quem quiser que se pontue
Manhã de sexta
Meu coração a comprimir-se
Cada vez mais e mais
Canta
Cada vez canta mais triste
O silencio é surdo
Por isso grita
Canta agudo
Um silêncio absurdo
Mudo
Mudez que corrói
Mas é voz que grita
Aflita
E dói
Será que ela está amando neste instante
Será que ama por natureza
Será que há silêncio no seu encanto
Será que há no seu silêncio tristeza
Será que seu silêncio canta
Será que canta pureza
Está frio
É sexta
Sexta nevoenta
Já não tem lua
O sol ainda por vir...
O jardim triste
Jasmine Flower...
_ É como uma brisa de chamas.
O fim de semana...
Ansiedade... Angústia...
O sol que não vem...
Mas como deter o sol nas mãos?
Este sol que vem chegando, chegando... e passa.
Hoje eu direi:
_ Sol, eu te amo!
sexta-feira, dezembro 15, 2006
Serás...Serei
Serás... Serei...
Bem... Agora seremos irmãos, unidos pelo amor maior, maior que o familiar e superior a desejos e afeição.
Desejos hostis, indecorosos, obscenos, sutis, humanos e febris, serão esquecidos. Agora seremos como dois irmãos livres para ser livres, presos à dor de desilusões.
Meus sentidos não mais ousarão apreciar tua beleza feminina com segundas intenções, não mais desejará teu corpo com apetite viril e tanta sofreguidão. Meus sentidos apenas serão sentidos; sentidos sem razão!
Agora seremos verdadeiros irmãos, leais e compreensivos.
E solidários, íntimos e íntegros, viveremos em perfeita harmonia na maravilhosa clausura da consciência; e livre para voarmos pelos campos da inocência genuína desse amor ingênuo, será como verdadeiros irmãos. Seremos livres como quem desconhece o que é liberdade. Agora seremos irmãos: verdadeiros traidores de nós mesmos, falsos para com o coração e a vida. Seremos natureza, sensibilidade nitidamente visível e indubitavelmente misteriosa em complexidade e segredos.
----------------------------------------------------------------------------------
Há em ti a quietude das águas dos negros lagos silenciosos entre verdes montanhas. Há em ti a mansidão do mar se avistado a distancia por um nobre aventureiro interstelar. Há em ti o incrível verde das matas, de suavidade plena, de paz preguiçosa, inerte para quem não sabe do vigor dos rebentos na desatinada fome de se copular, desabrochar-se flor, e expandir-se em vidas diversas. Há em ti o instinto selvagem, a ampla sensibilidade humana; toda beleza exuberante da fauna e da flora. Mas tu serás sempre Sol, eu sempre serei Eu!
-------------------------------------------------------------------------------
Tu serás sempre sol, a brilhar vivamente estimulando a vida, a reanimar corpos inertes regenerando-lhes o vigor e os sentidos, a arrancar perfumes ocultos para os entregar ao vento que passa... E passa.
Eu serei sempre Eu!
Tu serás sempre sol, a plantar alegria que produz sentimentos diversos e em abundancia. E teu vento radioso e morno colherá o melhor fruto, aquele venturoso fruto cujo estrato lhe convier e suas cores e forma lhe seduzir.
Serei Eu, para sempre serei Eu!
E tu serás sempre sol, a inspirar poesias ou lamentos a mentes insanas e vaidosas e a corações desvairados e tristes, a encantar olhos tontos, tontos de te espiar. Ah! Este teu olhar hipnótico e radioso, que penetra lagos sombrios e desvenda segredos sussurrados e naufragados, é como uma espada luminosa que traspassa através dos olhos e atinge a alma. Tantos, tantos desejos proibidos! Melancolias, sonhos infantis, lágrimas choradas em silêncio e entregue aos cuidados das águas. Tanto pensamento em vão, desvendados num simples golpe deste olhar. E seu reflexo nas águas mansas a convidar-me _ simples mortal_ a pensar pensamento imaculado, de santos irmãos, como se tivéssemos, eu e você, poderes e sabedoria de deuses, e domínio sobre nossas vontades que são ordens emitidas pelo entendimento entre o coração e a razão, sob o desígnio do amor que possui a insígnia da grandeza. Pensamentos imaculados, eu, humilde e inocente, no amor, tal como sou, é o próprio amor que sinto, cândido e delicado, obediente e respeitoso, porém autólatra, e nesta sua autofilia consiste o sentido da vida, os sentimentos sublimes, insubstituíveis e essenciais para se viver com dignidade com ou sem a pessoa a quem se ama.
------------------------------------------------------------------------------
O reflexo do teu olhar, suas palavras e sua atitude... Estranho altruísmo.
O que retiras do fundo das águas e o que escapa de si nas ondas luminosas que luciluzem induzindo-me a um novo pensar torna-se reflexividade mútua. Refleti-los, a sublimidade da tua imitação divina e a pobreza dos ínfimos é loucura. E o que por detrás das cascatas e no fundo das escuras águas padecem pecará por omissão ao negar-te amor na sua plenitude?! Deixai os germens e as gaivotas alçarem vôo ao cume de suas montanhas e aos céus de cada imensidão. Que cada qual se deleite ao sol do seu infinito e o cultue na sua fé íntima.
Bem... Verei tua beleza com naturalidade, não deixarei enrubescer minha face diante incidentes ocasionais que hão de permitir-me ver partes íntimas do teu corpo. Tua nudez não mais vestirá meus olhos, os quais não mais nublará inibidos a teus encantos, meu amor... _ de irmão_ apagará o fogo flamejante que outrora queimaria meu rosto devido o sangue latejante a inflamar o coração em agonia por tentar esconder o fluido agora em forçosa pulsação latente. Bem, agora seremos irmãos.
Eu serei sempre eu! Tu serás sempre sol!
Terás sempre o brilho que reluz
A luz que irradia _ beleza que fere os olhos enquanto acaricia.
Força motriz de vida e desfalecimento,
Que mata e faz germinar,
Eclode e desabrolha sementes,
Faz matas e matas.
Tu serás sol! Porque algo de verdadeiro é preciso que sobreviva,
que exista e seja eterno. Senão que sentido fará sentido a esta razão de cega pretensão e dolorosa significância? O pecado da ignorância!?
Eu serei eu, apenas eu; porque isso é o que sou: Ray!
Apenas Ray, tão somente eu.
O Perfume de um pensamento
Algo estranho ignorado no tempo
A mercê da sorte,
Solto ao vento.
Um estranho instrumento,
Vulgar e em desuso,
Um excêntrico som, _ tom mudo _,
Música desconhecida,
Familiar, porém nunca ouvida.
Lembrança de nenhum passado.
.
Não devo mais te desejar.
Não mais que a árvore ao próprio fruto
Sem intento e sem instinto,
Naturalmente,
Ao acaso e em silêncio
Num torpe silêncio
Nesse insano hermafroditismo
Indecoroso e deprimente
Nessa insanidade entorpecente,
De mim disperso, ausente...
Incesto.
Seguiremos assim: lado a lado
Mãos entrelaçadas ou não, tanto faz,
O prazer será o mesmo;
Basta-nos a certeza de sermos nós
Ignorando quem intimamente éramos
E que ainda somos.
Eu sempre serei eu... Tu serás sol, sempre Sol.
E quando te banhares nas águas cristalinas
Das fontes murmurantes
E as moléculas eufóricas acariciarem teu corpo nu
E derem voz a tuas verdades cintilantes
Permita-te apenas pensar-nos, nós dois irmãos,
Amantes da natureza
Sem pecado e sem nenhuma pretensão.
Limita-te em saber que eu sou apenas eu;
Sempre serei eu, vivo, no tempo e no espaço,
Indiferente ao calor do teu abraço,
Serei sempre uma extensão de ti,
Uma ilusão real, inofensiva e maleável,
Uma molécula luzente,
Um espírito de luz; de tua luz.
E o amor que sinto _ este sentimento atroz _,
É apenas reflexo do teu esplendor,
Tu es sol, serás sempre sol, uma Estrela! ... E eu tua sombra uma magnífica sombra minimizadamente altiva.
Bem... Agora seremos irmãos, unidos pelo amor maior, maior que o familiar e superior a desejos e afeição.
Desejos hostis, indecorosos, obscenos, sutis, humanos e febris, serão esquecidos. Agora seremos como dois irmãos livres para ser livres, presos à dor de desilusões.
Meus sentidos não mais ousarão apreciar tua beleza feminina com segundas intenções, não mais desejará teu corpo com apetite viril e tanta sofreguidão. Meus sentidos apenas serão sentidos; sentidos sem razão!
Agora seremos verdadeiros irmãos, leais e compreensivos.
E solidários, íntimos e íntegros, viveremos em perfeita harmonia na maravilhosa clausura da consciência; e livre para voarmos pelos campos da inocência genuína desse amor ingênuo, será como verdadeiros irmãos. Seremos livres como quem desconhece o que é liberdade. Agora seremos irmãos: verdadeiros traidores de nós mesmos, falsos para com o coração e a vida. Seremos natureza, sensibilidade nitidamente visível e indubitavelmente misteriosa em complexidade e segredos.
----------------------------------------------------------------------------------
Há em ti a quietude das águas dos negros lagos silenciosos entre verdes montanhas. Há em ti a mansidão do mar se avistado a distancia por um nobre aventureiro interstelar. Há em ti o incrível verde das matas, de suavidade plena, de paz preguiçosa, inerte para quem não sabe do vigor dos rebentos na desatinada fome de se copular, desabrochar-se flor, e expandir-se em vidas diversas. Há em ti o instinto selvagem, a ampla sensibilidade humana; toda beleza exuberante da fauna e da flora. Mas tu serás sempre Sol, eu sempre serei Eu!
-------------------------------------------------------------------------------
Tu serás sempre sol, a brilhar vivamente estimulando a vida, a reanimar corpos inertes regenerando-lhes o vigor e os sentidos, a arrancar perfumes ocultos para os entregar ao vento que passa... E passa.
Eu serei sempre Eu!
Tu serás sempre sol, a plantar alegria que produz sentimentos diversos e em abundancia. E teu vento radioso e morno colherá o melhor fruto, aquele venturoso fruto cujo estrato lhe convier e suas cores e forma lhe seduzir.
Serei Eu, para sempre serei Eu!
E tu serás sempre sol, a inspirar poesias ou lamentos a mentes insanas e vaidosas e a corações desvairados e tristes, a encantar olhos tontos, tontos de te espiar. Ah! Este teu olhar hipnótico e radioso, que penetra lagos sombrios e desvenda segredos sussurrados e naufragados, é como uma espada luminosa que traspassa através dos olhos e atinge a alma. Tantos, tantos desejos proibidos! Melancolias, sonhos infantis, lágrimas choradas em silêncio e entregue aos cuidados das águas. Tanto pensamento em vão, desvendados num simples golpe deste olhar. E seu reflexo nas águas mansas a convidar-me _ simples mortal_ a pensar pensamento imaculado, de santos irmãos, como se tivéssemos, eu e você, poderes e sabedoria de deuses, e domínio sobre nossas vontades que são ordens emitidas pelo entendimento entre o coração e a razão, sob o desígnio do amor que possui a insígnia da grandeza. Pensamentos imaculados, eu, humilde e inocente, no amor, tal como sou, é o próprio amor que sinto, cândido e delicado, obediente e respeitoso, porém autólatra, e nesta sua autofilia consiste o sentido da vida, os sentimentos sublimes, insubstituíveis e essenciais para se viver com dignidade com ou sem a pessoa a quem se ama.
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O reflexo do teu olhar, suas palavras e sua atitude... Estranho altruísmo.
O que retiras do fundo das águas e o que escapa de si nas ondas luminosas que luciluzem induzindo-me a um novo pensar torna-se reflexividade mútua. Refleti-los, a sublimidade da tua imitação divina e a pobreza dos ínfimos é loucura. E o que por detrás das cascatas e no fundo das escuras águas padecem pecará por omissão ao negar-te amor na sua plenitude?! Deixai os germens e as gaivotas alçarem vôo ao cume de suas montanhas e aos céus de cada imensidão. Que cada qual se deleite ao sol do seu infinito e o cultue na sua fé íntima.
Bem... Verei tua beleza com naturalidade, não deixarei enrubescer minha face diante incidentes ocasionais que hão de permitir-me ver partes íntimas do teu corpo. Tua nudez não mais vestirá meus olhos, os quais não mais nublará inibidos a teus encantos, meu amor... _ de irmão_ apagará o fogo flamejante que outrora queimaria meu rosto devido o sangue latejante a inflamar o coração em agonia por tentar esconder o fluido agora em forçosa pulsação latente. Bem, agora seremos irmãos.
Eu serei sempre eu! Tu serás sempre sol!
Terás sempre o brilho que reluz
A luz que irradia _ beleza que fere os olhos enquanto acaricia.
Força motriz de vida e desfalecimento,
Que mata e faz germinar,
Eclode e desabrolha sementes,
Faz matas e matas.
Tu serás sol! Porque algo de verdadeiro é preciso que sobreviva,
que exista e seja eterno. Senão que sentido fará sentido a esta razão de cega pretensão e dolorosa significância? O pecado da ignorância!?
Eu serei eu, apenas eu; porque isso é o que sou: Ray!
Apenas Ray, tão somente eu.
O Perfume de um pensamento
Algo estranho ignorado no tempo
A mercê da sorte,
Solto ao vento.
Um estranho instrumento,
Vulgar e em desuso,
Um excêntrico som, _ tom mudo _,
Música desconhecida,
Familiar, porém nunca ouvida.
Lembrança de nenhum passado.
.
Não devo mais te desejar.
Não mais que a árvore ao próprio fruto
Sem intento e sem instinto,
Naturalmente,
Ao acaso e em silêncio
Num torpe silêncio
Nesse insano hermafroditismo
Indecoroso e deprimente
Nessa insanidade entorpecente,
De mim disperso, ausente...
Incesto.
Seguiremos assim: lado a lado
Mãos entrelaçadas ou não, tanto faz,
O prazer será o mesmo;
Basta-nos a certeza de sermos nós
Ignorando quem intimamente éramos
E que ainda somos.
Eu sempre serei eu... Tu serás sol, sempre Sol.
E quando te banhares nas águas cristalinas
Das fontes murmurantes
E as moléculas eufóricas acariciarem teu corpo nu
E derem voz a tuas verdades cintilantes
Permita-te apenas pensar-nos, nós dois irmãos,
Amantes da natureza
Sem pecado e sem nenhuma pretensão.
Limita-te em saber que eu sou apenas eu;
Sempre serei eu, vivo, no tempo e no espaço,
Indiferente ao calor do teu abraço,
Serei sempre uma extensão de ti,
Uma ilusão real, inofensiva e maleável,
Uma molécula luzente,
Um espírito de luz; de tua luz.
E o amor que sinto _ este sentimento atroz _,
É apenas reflexo do teu esplendor,
Tu es sol, serás sempre sol, uma Estrela! ... E eu tua sombra uma magnífica sombra minimizadamente altiva.
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Flores e silêncio
No velho refúgio amigo
Com suas veredas e ramaria encantada
É-me receptivo o silêncio
De sonho das flores na madrugada.
Orvalho reluzente sobre inflamados botões róseos
De rosas rosas
No afã do desabrochar,
Ri, ao deixar
Teu virgem perfume evaporando no ar
Lembra-me os seios de...Dela; (nunca os tive)
Rosados, firmes, tremulando sob a blusa fina
Ao ritmo aflito do coração
E eu os imagino livres, lindos,
Arteiros, me olhando e rindo
após o banho
com gotículas brilhantes deslizando
para o encantamento dos meus olhos sem tamanho.
Mas a clareza que me assalta os olhos
faz com que se comprimem,
mordo o lábio fortemente
e da flor dos meus botões
gotas de dor e de desejo também deslizam...
saiu. E o jardim ainda adormecido
hoje não me oferece flores.
Estou só.
Silêncio!
No velho refúgio amigo
Com suas veredas e ramaria encantada
É-me receptivo o silêncio
De sonho das flores na madrugada.
Orvalho reluzente sobre inflamados botões róseos
De rosas rosas
No afã do desabrochar,
Ri, ao deixar
Teu virgem perfume evaporando no ar
Lembra-me os seios de...Dela; (nunca os tive)
Rosados, firmes, tremulando sob a blusa fina
Ao ritmo aflito do coração
E eu os imagino livres, lindos,
Arteiros, me olhando e rindo
após o banho
com gotículas brilhantes deslizando
para o encantamento dos meus olhos sem tamanho.
Mas a clareza que me assalta os olhos
faz com que se comprimem,
mordo o lábio fortemente
e da flor dos meus botões
gotas de dor e de desejo também deslizam...
saiu. E o jardim ainda adormecido
hoje não me oferece flores.
Estou só.
Silêncio!
terça-feira, dezembro 05, 2006
Nosso tempo
Nosso tempo
A primavera chega sem vanglória
Ainda se vê flores do outono
Em ramos que ostentam frutos
Entre verdes folhas balouçando ao vento.
Em ti procuro perfume,
A flor está murcha,
Sem lembranças de ontem
Que te valham um novo vicejar.
Nada a ser revivido
Das estações passadas,
Tudo passado, exaurido.
Seremos passado
No presente sucumbido;
Que pena! A vida que acrescentar-nos deveria
É sinônimo de perda
Antônimo do melhor que seria. Que pena, que perda!
Ninguém nos limita
Somos adultos, contudo...
E porque nos acorrentarmos a certas regras e certas condutas
Se o amor que em mim grita, grita mais forte que qualquer culpa?
Toda flor murchar-se no fim do dia,
Só o que permanece são as lembranças
Que perfumam nossos sentidos em nosso caminho.
E ramos ainda viçam e podem florescer em nossas mãos.
Pense nisso!
A primavera chega sem vanglória
Ainda se vê flores do outono
Em ramos que ostentam frutos
Entre verdes folhas balouçando ao vento.
Em ti procuro perfume,
A flor está murcha,
Sem lembranças de ontem
Que te valham um novo vicejar.
Nada a ser revivido
Das estações passadas,
Tudo passado, exaurido.
Seremos passado
No presente sucumbido;
Que pena! A vida que acrescentar-nos deveria
É sinônimo de perda
Antônimo do melhor que seria. Que pena, que perda!
Ninguém nos limita
Somos adultos, contudo...
E porque nos acorrentarmos a certas regras e certas condutas
Se o amor que em mim grita, grita mais forte que qualquer culpa?
Toda flor murchar-se no fim do dia,
Só o que permanece são as lembranças
Que perfumam nossos sentidos em nosso caminho.
E ramos ainda viçam e podem florescer em nossas mãos.
Pense nisso!
Realismo
Afinal acordo para a realidade atroz
E reconheço que o amor que sinto
É um sentimento algoz
Que captura e acorrenta ao tronco;
Venda os olhos, amordaça, atormenta e espanca
Para o gloria de uma só graça.
Depois que surra, acaricia,
Como a uma criança,
Com a fantástica esperança:
Liberdade de novamente sonhar.
É uma nuvem colorida que passa
E dá novo sentido à vida
Mas logo a escuridão escorraça
E para o tronco da senzala novamente me arrasta
E Abrem-se novas feridas.
Há dias em que acordo assim, irremediavelmente realista,
Completamente incrédulo à beleza venturosa do amor, que dizem ser o caminho da felicidade.
_ há dias em que acordo assim, um poeta romanticamente morto, a alma em delírio, presa a um coma de lucidez profunda no fundo desse abismo realidade.
Muitos riem do que digo e escrevo,
Outros escarnecem de mim porque revelo o que sinto...
Tu, porém, a quem amo, honrosamente dá-me desprezo.
Que contraste berrante!
Entre o otimismo e a felicidade,
Entre o sonho e a realidade
Há mesmo um deserto insignificante! Os olhos fechados.
Afinal acordo para a realidade atroz
E reconheço que o amor que sinto
É um sentimento algoz
Que captura e acorrenta ao tronco;
Venda os olhos, amordaça, atormenta e espanca
Para o gloria de uma só graça.
Depois que surra, acaricia,
Como a uma criança,
Com a fantástica esperança:
Liberdade de novamente sonhar.
É uma nuvem colorida que passa
E dá novo sentido à vida
Mas logo a escuridão escorraça
E para o tronco da senzala novamente me arrasta
E Abrem-se novas feridas.
Há dias em que acordo assim, irremediavelmente realista,
Completamente incrédulo à beleza venturosa do amor, que dizem ser o caminho da felicidade.
_ há dias em que acordo assim, um poeta romanticamente morto, a alma em delírio, presa a um coma de lucidez profunda no fundo desse abismo realidade.
Muitos riem do que digo e escrevo,
Outros escarnecem de mim porque revelo o que sinto...
Tu, porém, a quem amo, honrosamente dá-me desprezo.
Que contraste berrante!
Entre o otimismo e a felicidade,
Entre o sonho e a realidade
Há mesmo um deserto insignificante! Os olhos fechados.
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